O suicídio é conseqüência de fatores psicológicos em desagregação ou de influências espirituais em evolução?
Todos sabemos: cada espírito é senhor do seu próprio mundo individual. Quando perpetramos a deserção voluntária dos nossos deveres, diante das leis que nos governam, decerto que imprimimos determinadas deformidades no corpo espiritual. Essas deformidades resultam das causas cármicas estabelecidas por nós mesmos, pelas quais sempre recebemos de volta os efeitos das próprias ações. Cometido o suicídio nessa ou naquela circunstância, geramos lesões e problemas psicológicos na própria alma, dificuldades essas que seremos chamados a debelar na próxima existência, ou nas próximas existências, segundo as possibilidades ao nosso alcance. Assim, formamos, com um suicídio, muitas tentações a suicídio no futuro, porque em nos reencarnando, carregamos conosco tendências e inclinações, como é óbvio, na recapitulação de nossas experiências na Terra. Quando falamos “tentações” não nos referimos a esse tipo de tentações que acreditamos provir de entidades positivamente infelizes, cristalizadas na perseguição às criaturas humanas. Dizemos tentação oriunda de nossa própria natureza. Sabemos que a tentação em si, na verdadeira acepção da palavra, nasce dentro de nós. Por isso mesmo poderíamos ilustrar semelhante argumento lembrando um prato de milho e um brilhante de alto preço: levado o brilhante de alto preço à percepção de um cavalo, por exemplo, é certo que o eqüino não demonstraria a menor reação; mas em apresentando a ele o prato de milho, fatalmente que ele reagirá, desejando absorver a merenda que lhe está sendo apresentada. Noutro ponto de vista, um homem não se interessaria por um prato de milho, no entanto, se interessaria compreensivelmente pelo brilhante. Justo lembrar que a tentação nasce dentro de nós. Quando cometemos suicídio, plasmamos causas de sofrimento muito difíceis de serem definitivamente extirpadas. Por isso, muitas vezes, os irmãos suicidas são repetentes na prova da indução ao suicídio, descendo, desprevenidos, à desconsideração para consigo próprios. Benfeitores da Vida Maior são unânimes em declarar que, em todas as ocasiões nas quais sejamos impulsionados a desertar das experiências a que Deus nos destinou na vida terrestre, devemos recorrer à oração, ao trabalho, aos métodos de autodefesa e a todos os meios possíveis da reta consciência, em auxílio de nossa fortaleza e tranqüilidade, de modo a fugirmos de semelhantes poço de angústia.
Parece que o suicídio é um ato de rompimento do plano de Deus, pelo qual se paga um preço. Assim, de que maneira e com que tramas se reencarnam as pessoas que se matam:
a) por tiro no ouvido, b) por veneno, c) jogando-se embaixo de um carro, d) através de superexposição à radiação atômica?
O suicídio está ligado ao senso de responsabilidade. Nosso Emmanuel sempre explica que nós somos culpados por aquilo que conhecemos como sendo uma atitude imprópria para nós. Porém, nós temos, ainda, povos, que adotam o suicídio como norma de comportamento heróico. Temos comunidades no mundo que consideram o suicídio sob este ponto de vista. Demonstram que não possuem um conhecimento tão exato sobre a responsabilidade de viver, produzir o bem, como nós os cristãos fomos instruídos pelos Evangelhos de Nosso Senhor. Então, vamos dizer que a escola de Jesus, preparando nosso espírito para a construção do mundo melhor, um mundo de amor e paz e não obstante os conflitos e guerras que temos sofrido, ou que estejamos sofrendo, então vemos que para nós o suicídio já adquire dimensões diferentes, porque somos chamados para valorizar a vida, a compreender o sofrimento como processo educativo e reeducativo de nossa personalidade. Então, o suicídio para nós, os cristãos, é algo de ingratidão para com os Poderes Supremos que regem os nossos destinos. O suicídio, para aqueles que conhecem a importância da vida, impõe um complexo culposo muito grande nas consciências. Nós, os cristãos, que temos responsabilidades de viver e de compreender a vida, em suicidando, demandamos o Além com a lesão das estruturas do corpo físico. De forma que, se damos um tiro no crânio, conforme a região que o projétil atravessa, sofremos no além as lesões conseqüentes. São espíritos doentes, os espíritos enfermiços que recebem carinho especial dos Protetores Espirituais. Mas o problema está dentro de nós e, na hora de voltar à Terra, pedimos para assumir as dificuldades inerentes às nossas próprias culpas. Assim:
1. Se a bala atravessou o centro da fala, naturalmente vamos retomar o corpo físico em condições de mudez;
2. Se atravessou o centro da visão, vamos renascer com processos de cegueira;
3. Se nos precipitamos de alturas e aniquilamos o equilíbrio das nossas estruturas espirituais, vamos voltar com determinadas moléstias que afetam o nosso equilíbrio;
4. Quando nos envenenamos, quando envenenamos as nossas vísceras, somos candidatos, quando voltamos à Terra, ao câncer nos primeiros dias de infância, ao problema de fluidos comburentes que criam desequilíbrio no campo celular. Muitas vezes, encontramos numa criança recentemente nascida um processo canceroso que não sabemos justificar, senão pela reencarnação, porque o espírito traz consigo aquela angústia, aquele desequilíbrio que se instala dentro de si próprio;
5. Pelo enforcamento, trazemos determinados problemas de coluna e caímos logo nos processos de paraplegia. São crianças ligadas, parafusadas ao leito durante determinado tempo, em luta de autocorrigenda, de autopunição, de reestruturação de peças do nosso corpo espiritual.
Se você dispusesse de alguns breves instantes para falar a uma pessoa prestes a suicidar-se, que diria a essa pessoa?
Diria, imediatamente, qual já tenho feito em diversas ocasiões, que a morte não existe com a extinção da vida e que convém a essa pessoa uma pausa para pensar nas próprias intenções e revisá-las.
Fontes:
Questões 1 e 2, do livro “A Terra e o Semeador” – Editora IDE.
Questão 3, do livro “Encontros no Tempo” – Editora IDE.