“Os Espíritos Amigos sempre se mostram dispostos a nos auxiliar, mas é preciso que, pelo menos, lhes ofereçamos uma base… Muitos ficam na expectativa do socorro do Alto, mas não querem nada com o esforço de renovação; querem que os espíritos se intrometam na sua vida e resolvam os seus problemas… Ora, nem Jesus Cristo, quando veio à Terra , se propôs resolver o problema particular de alguém… Ele se limitou a nos ensinar o caminho, que necessitamos palmilhar por nos mesmos. Muita gente nos procura e pede orientação; a orientação vem, frustrando aqueles que esperavam uma solução acabada para o seu caso… Às vezes, o problema é de perdão, é de ódio. Os Espíritos Amigos nos aconselham o entendimento, o olvido das ofensas recebidas… Se não queremos esquecer, que é que eles poderão fazer?!”
“Os espíritos dos suicidas sofrem muito, no entanto muitos deles não são dos que mais sofrem na Vida Espiritual. Tenho visto muitos espíritos, que passaram pelo mundo aparentemente sem terem cometido maiores deslizes, em condição deplorável… Os suicidas são doentes, mas os criminosos, os que se responsabilizaram pela queda moral dos semelhantes, os traficantes de drogas, os que viciaram espíritos ingênuos… Na realidade, ninguém pode julgar. Que a misericórdia sempre nos inspire as palavras e decisões. Nós mesmos não sabemos o que no está reservado para amanhã ou, talvez, para hoje, mais tarde… Confiemos na Providência Divina e procuremos nos resguardar na oração. A tentação é uma força que caminha…”
“Devemos combater os maus pensamentos com a mesma determinação com que combatemos uma infecção que nos agrida o organismo. Através da chamada invigilância mental, os agentes das trevas nos parasitam, estabelecendo conosco difícil processo de vampirismo.”
“Se eu fosse esperar melhores condições espirituais para servir, até o presente momento eu não teria começado.”
“O Espiritismo não piora a gente… Quando abraçamos a Doutrina Espírita, à medida em que o tempo passa, vamos aprendendo a nos conhecer melhor e, então, nos descobrimos ser o que não imaginávamos.”
“Hoje (…) todas as pessoas estão com pressa. Quando alguém burla um lugar na fila, rebelamo-nos… Não estamos endossando a desordem, mas precisamos compreender, precisamos pensar na questão da parcela, porque a surra vem no fim do dia: briga dentro de casa, crime, delinqüência… No fim do mês, a surra já é um câncer de primeiro grau, uma obsessão começante… Um trauma emocional se comunica ao corpo todo. Talvez que 60% a 80% de nossas doenças, ou dos donos das doenças, foram adquiridos através dos choques, da intolerância, das ofensas, da falta de perdão…”
“É que precisamos de contentar-nos com o que temos; estamos ricos, sem saber aproveitar a nossa felicidade… Antes, as pessoas idosas desencarnavam conosco; hoje, as mandamos para os abrigos… Tínhamos um pouco de prosa durante o dia, a oração à noite… Agora inventamos dificuldades e depois vem o complexo de culpa e vamos para os psiquiatras. (…) Se estamos numa fila e uma senhora doente nos pede o lugar, precisamos cedê-lo. Recordemo-nos da prece-padrão para todos os tempos, que é o Pai Nosso, quando Jesus nos diz: O Pão nosso de cada dia… Por que acumular tanto? Existem pessoas que possuem 35 pares de sapatos. Onde é que irão arrumar 70 pés (…) Estamos sofrendo mais por excesso de conforto do que por excesso de desconforto. Morre mais gente de tanto comer e de tanto beber do que por falta de comida. (…) A inflação existe porque queremos o que é demais…”
“Emmanuel sempre me disse: – Chico, quando você não tiver uma palavra que auxilie, procure não abrir a boca…”
“Uma das mais belas lições que tenho aprendido com o sofrimento: Não julgar, definitivamente não julgar a quem quer que seja.”
“Vivemos como criaturas que se suicidam pouco a pouco, todo dia um suicidiozinho… Um ato de rebeldia, uma reclamação indébita, um ponto de vista infeliz. Atraímos vibrações negativas e operamos sobre nós esse suicídio lento, indireto…”
Trecho do livro “O Evangelho de Chico Xavier” – Editora DIDIER – Carlos A. Baccelli.