Como é que o Mundo Espiritual encara a situação dos avarentos na Terra?
Os avarentos, os sovinas, realmente são espíritos doentes. Emmanuel costuma dizer: a criatura que amontoa, amontoa e amontoa os recursos materiais, sem nenhum proveito no trabalho, na educação, na beneficência, no socorro em favor dos semelhantes, está desequilibrada. Quem assim procede está doente e, de certo, na próxima reencarnação, enfrentará o resultado desse desvio da realidade. Os Espíritos Amigos consideram o dinheiro como sendo o sangue da sociedade; quando nós paralisamos a corrente – a circulação monetária – absolutamente em proveito do nosso egoísmo, quando colocamos o dinheiro, simplesmente a um canto, sem programa, só para que funcione em proveito dos nossos caprichos, estamos operando no organismo social aquilo que chamamos “trombose” na circulação do sangue. Impedindo a circulação vamos pagar as conseqüências do nosso ato impensado. Não podemos de maneira nenhuma – dizem os nossos Amigos Espirituais – condenar o dinheiro ou desfigurar a missão do dinheiro, a pretexto de que os nossos irmãos abastados estejam em condições de felicidade maiores que as nossas. Devemos compreender os que desfrutam a riqueza material como administradores dos bens de Deus. E tantos deles, mas tantos deles, se fazem nossos benfeitores criando trabalho, estimulando a caridade, auxiliando a educação, fundando escolas, protegendo crianças desamparadas, salvando enfermos desprotegidos. Precisamos valorizar os companheiros que são portadores da fortuna material, cooperando com eles para que possam administrar bem esses recursos, pois são profundamente responsáveis diante do Senhor, como também, aqueles nossos irmãos pobres, que são mais pobres, vamos dizer assim, porque todos nós somos ricos diante de Deus. Deus nos fez a todos ricos de saúde, de força, de esperança e de fé. A palavra “pobre” é um tanto imprópria para nossa conversação, digamos, os que estão em penúria material mas que são humildes diante de Deus, pois não adianta também a penúria material quando nós estamos num estado de inconformação, de rebeldia. Os mais ricos e os menos ricos são irmãos diante de Deus e nós devemos valorizar os portadores do dinheiro.
Fonte:
Anuário Espírita 1969 – Revista Espírita “Informação” – n 155.