Não nos esqueçamos de que há também uma caridade que devemos a nós mesmos, a fim de que a caridade que venhamos a praticar, à frente do mundo, não se reduza a mera atitude de superfície.
Caridade que nos eduque no espírito do Senhor, cuja Doutrina de luz abraçamos com o pensamento e com os lábios e que, pouco a pouco, nos cabe esposar com toda a alma e coração.
Para exercê-la é preciso que saibamos:
perdoar as faltas alheias sem desculpar-nos;
cooperar nas boas obras sem aguardar a colaboração dos companheiros;
ajudar aos que nos cercam sem
esperar que nos retribuam;
dar do que temos e detemos sem cobrar o imposto da gratidão;
iluminar o caminho que nos é próprio, aprendendo a vencer as sombras que ainda se nos adensem ao redor;
calar para que os outros falem;
defender os outros, sem procurar defender-nos;
humilharmo-nos, sem pedir que os outros se humilhem;
reconhecer nossas falhas e corrigi-Ias;
servir sem recompensa, nem mesmo a da compreensão que nos remunera com o salário do reconforto;
trabalhar incessantemente, sem aguardar aguilhões que nos constranjam ao desempenho dos deveres que nos competem;
sentir no irmão de experiência necessidades e dores iguais às nossas, para que a vaidade não nos induza à cegueira;
considerar a bondade constante do Senhor que opera sempre o melhor, em nosso benefício, e cultivar o reconhecimento a Ele, através do sacrifício, em favor daqueles que nos rodeiam.
Aperfeiçoarmo-nos por dentro é ajudar por fora com mais segurança e como salvar significa recuperar com finalidades justas no trabalho comum, assim como oferecemos mão forte à árvore a fim de que ela cresça, frondeje e produza para o bem de todos, salvando-se da inutilidade, também o Senhor nos estende braços amigos para que nos aprimoremos, transformando-nos em instrumentos de seu Infinito Amor, onde estivermos.
(Psicografada por Francisco Cândido Xavier, extraída de ATENÇÃO, edição IDE).