Em verdade, no mundo, o túmulo imposto à pressa é daquelas provas terrenas que mais dilaceram o coração.
Diante das vidas nobres que se interrompem, de improviso, dolorosas indagações são endereçadas ao Céu.
Não raro, à frente da morte súbita, outras existências promissoras começam a fenecer.
São almas que ficam na retaguarda, carregando consigo o esquife dos mortos ou algemados ao rochedo da angústia, sem coragem de romper os grilhões que os encarceram no sofrimento.
Muitas vezes, desvairadas, recusam a oração ou renegam a fé. Asseveram-se sozinhas no temporal das próprias lágrimas e, por vezes, descem, desavisadas, nos mais graves desequilíbrios do pensamento.
Entretanto, é preciso que o entendimento que nos caracteriza no mundo se submeta aos juízos soberanos e sábios da morte, para que a nossa temporária permanência no corpo físico não fuja à condição de aprendizado.
Imprescindível lembrar que na engrenagem da civilização de agora, comumente reparamos os próprios erros de ontem.
Entre as máquinas que lhe reduzem as lides e obrigações, muita vez encontra o homem o corretivo e o reajuste, a paz e a liberação da própria alma.
Auxilia aos entes queridos que partiram da Terra, em luta repentina, ofertando-lhes à estrada o bálsamo precioso da consolação e da prece.
Recorda que a Misericórdia Celeste adoça todos os processos da justiça universal e reconforta-te na certeza de que Deus faz sempre o melhor.
Contempla as vítimas dos hábitos infelizes, tantas vezes mergulhadas nas sombras da obsessão.
Observa os que choram nos sepulcros da consciência culpada e que se debatem no inferno do remorso e do arrependimento, sem comiseração para consigo mesmos!
Reflete nos quadros tristes a se erguerem das provas necessárias e conserva contigo a paciência e a esperança de quem recebe na dor inesperada, o socorro oculto da Providência Divina.
Se o gládio da morte violenta te busca o lar, faze silêncio e confia-te ao tempo, o médico invisível que nos restaura as energias do coração.
Não blasfemes, nem desesperes.
Aguarda o Amparo Celestial, mantendo a certeza de que tudo aquilo que hoje ignoras, amanhã saberás.
Orientação extraída do livro “Mais Perto”, psicografado por Francisco Cândido Xavier, edição GEEM.